Óleo sobre tela de Joéliton Barros Nascimento |
Cada parte do meu corpo tolhe-me a alma;
Todo desejo da alma frustra-me em viver,
Cada conflito espectro-matéria tende a ver
A pobre angústia que nunca nos dá calma.
A alma almeja navegar sem nunca prever
A barreira de um corpo traído pelas espaldas
Que, por existir, é como uma colina sem falda
Em busca de um apoio para em se poder crer.
Assim, buscando para a vida alguma causa,
O homem navega pelo oceano adentro
Para na vida encontrar algo que lhe salva.
Porém, a salvação é encontrada no momento
Em que a tortuosa peregrinação corpo-alma
Aceita a angústia como algo eterno e extenso.