quinta-feira, 14 de julho de 2011

O Vazio da Peregrinação

Óleo sobre tela de  Joéliton Barros Nascimento


              Cada parte do meu corpo tolhe-me a alma;
              Todo desejo da alma frustra-me em viver,
              Cada conflito espectro-matéria tende a ver
              A pobre angústia que nunca nos dá calma.

              A alma almeja navegar sem nunca prever
              A barreira de um corpo traído pelas espaldas
              Que, por existir, é como uma colina sem falda
              Em busca de um apoio para em se poder crer.

              Assim, buscando para a vida alguma causa,
              O homem navega pelo oceano adentro
              Para na vida encontrar algo que lhe salva.

              Porém, a salvação é encontrada no momento
              Em que a tortuosa peregrinação corpo-alma
              Aceita a angústia como algo eterno e extenso.

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